terça-feira, 12 de agosto de 2014

Coisas da vida - ou não!


por katia maia

Triste inaugurar esse meu espaço com essa triste notícia para o cinema que é a morte do ator Robin Williams, que, suspeita-se, cometeu suicídio. Eu nem era fã incondicional dele. Nos últimos tempos, confesso, depois das declarações dele sobre o Brasil, eu até tinha ficado um pouco sem paciência para ele.

Mas, a verdade é que ele era sem dúvida um talento e suas participações em vários filmes foram absolutamente marcantes. Claro que aqui entram o inesquecível Sociedade dos Poetas Mortos ("O Captain! My Captain!"), Gênio Indomável, Gaiola das Loucas (sim, eu gostei desse filme), dentre muitos. Muitos tão bons quanto e outros nem tanto.

Mas, tem um filme dele, que nem fez tanto sucesso (aliás, dois) que eu sempre gostei muito: O Pescador de Ilusões, onde ele atua com Jeff Bridges (1991) e outro mais antiguinho – Moscou em Nova York (1984).

Não sei explicar, mas os dois tem cenas que me marcaram para sempre. Uma delas, em Moscou em Nova York, a cena onde o Vladimir Ivanoff (Robin Williams),  está em sua janela da kit pequeniníssima e começa a tocar o instrumento, a canção se espalha pelos neons da cidade.

Essa cena talvez não tenha importância nenhuma no filme. Mas, me marcou pela beleza e angustia que o saxofonista do circo de Moscou, que desertou, passa ao se ver ali, livre do regime comunista e preso pelas liberdades do capitalismo norte-americano.

No outro filme – O Pescador de Ilusões - a história do sem teto Parry (Robin Williams), que vive nas ruas vítima de uma tragédia em sua vida: ele enlouquece depois de ver sua esposa ser assassinada, num bar, bem à sua frente. 

Essa cena fez com que, durante muito tempo, eu não me sentasse de costas para a rua em várias lanchonetes e bares. Sempre com medo de um franco atirador passar feito louco atirando para todo lado, como acontece no filme.


As histórias dos filmes são boas, mas não espetaculares como a Sociedade dos Poetas mortos e Gênio Indomável, mas me marcaram. Ah, Bom dia Vietnã também tem seu lugar de destaque.

Mas, infelizmente, a vida não imita a arte, ou (até) imita e nesse roteiro, o ator que fazia rir em cenas hilárias como as da Babá Quase Perfeita ou mesmo em Gaiola das Loucas, que inspirava a vida e o viver a vida com seu Carpe Diem, em Sociedade dos Poetas Mortos, terminou tragicamente calando a si próprio.

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